|
PEROBA
|
|
|||
|
|
|
|
|
NFORMAÇÕES PRINCIPAIS: Nome popular: peroba amargosa, peroba rajada, peroba
açu; Altura e diâmetro: de 25 a 45 metros de altura com
60 a 90 de diâmetro; Floração: de agosto a setembro; Ocorrência: dominante na Mata Atlântica; Conservação de recursos genéticos: é uma espécie que
se encontra em extinção na região Norte do Paraná e em Mato Grosso, onde está
na categoria de espécie vulnerável, necessitando com urgência de programa de
conservação genética. Ela encontra-se na lista das espécies para conservação
no Brasil. CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS E ECOLÓGICAS: Forma: árvore perenifólia, com 15 a 25 m de altura e 50 a
100 cm de DAP, podendo atingir até 45 m de altura e 200 cm ou mais de DAP, na
idade adulta. Tronco: cilíndrico,
reto ou levemente tortuoso. Fuste retilíneo geralmente medindo 12 a 20 m,
atingindo, excepcionalmente, 30 m. Ramificação: cimosa, ramifica-se somente na parte superior do
tronco. Copa alta, corimbiforme, densa, com râmulos trifurcados característicos, o que facilita sua
identificação no meio das demais árvores, mesmo à longa distância. Casca: grossa,
com espessura de até 50 mm. A casca externa é cinzenta a castanho-grisácea,
áspera, profundamente fissurada longitudinalmente. A casca interna, ao ser raspada, apresenta um róseo muito intenso por dentro e
a parte viva amarelada, da qual resultam dois estratos nítidos compondo a
casca. Folhas: simples,
alternas, variáveis quanto à forma, oblongas a obovado-elípticas,
algumas vezes lustrosas na face superior, com ápice arredondado e margem
inteira, com até 8 cm de comprimento e 3 cm de
largura; firmemente membranáceas ou subcoriáceas, as nervuras secundárias
muito apertadas e paralelas. Flores: tubulares branco-amareladas à
creme, numerosas, pequenas, em curtas panículas terminais de 1 a 4 cm de
comprimento, difíceis de serem vistas na floresta. Fruto: folículo
deiscente, elipsóide, séssil, geralmente achatado
(às vezes atenuado na base), semi-lenhoso,
com 2,5 a 6 cm de comprimento por 1 a 2 cm de largura, com uma crista mais ou
menos proeminente, pardo-escuro, densamente coberto de lenticelas bem
visíveis, com duas a cinco sementes por fruto. Semente: elíptica, com 2 a 4 cm de comprimento por 8 a 10 mm de largura, provida de núcleo seminífero basal,
do qual parte uma asa membranácea, parda. São albuminosas e apresentam alta
taxa de poliembrionia em sementes mais jovens (Souza & Moscheta, 1987). Características da Madeira: Massa específica aparente: a madeira da peroba-rosa é moderadamente densa (0,66
a 0,85 g/cm3), a 15% de umidade (Pereira & Mainieri,
1957; Labate, 1975, Mainieri
& Chimelo, 1989) e 650 a 870 kg/m3,
com madeira seca ao ar (Chimelo et al., 1976). Cor: o alburno é de coloração amarelada, quando exposto
ao sol, e o cerne varia do róseo-amarelado ao amarelo queimado, levemente
rosado, mais freqüentemente vermelho-rosado,
uniforme ou com veios ou manchas escuras. Características gerais: superfície sem lustre e lisa ao tato; textura fina;
grã direita ou reversa. Quando rajada de preto, é bem reversa, sendo
conhecida por peroba-mirim. Cheiro imperceptível e gosto ligeiramente amargo.
É flexível, mas racha facilmente. Durabilidade natural: madeira com baixa resistência ao ataque de
organismos xilófagos. Estacas de cerne desta espécie mostraram ser não
resistente a fungos e resistente a cupins (Cavalcante et al., 1982). A vida média da madeira da
peroba-rosa em contato com o solo é inferior a nove anos (Rocha et al., 2000). Preservação: madeira de baixa permeabilidade às soluções preservantes, em tratamentos sob pressão
. Outras características: · É, sem dúvida, a espécie de maior valor econômico
entre as espécies de Aspidosperma. · Atualmente, toda a madeira de peroba-rosa
utilizada no Brasil é importada do Paraguai, onde ainda é abundante, mas
pouco utilizada. · Pode substituir a madeira da teca (Tectona grandis)
na construção naval, porque depois da teca, é a que menos oxida os metais com
os quais esteja em contato · Devido à grã reversa, a madeira de peroba-rosa
tende a rachar ao ser pregada. Para evitar isso, os
carpinteiros empregam artifícios tais como amassar a ponta do prego antes de
pregar; e furar no local, com broca mais fina, até dois terços da espessura
da peça, e só depois pregar. Produção de Mudas: Semeadura: recomenda-se semear em recipientes, sacos de
polietileno com dimensões mínimas de 20 cm de altura e 7
cm de diâmetro, ou em tubetes de polipropileno
grande. A repicagem, quando necessária, pode ser efetuada quatro a seis
semanas após a germinação. Germinação: epígea, com início entre quatorze a 60 dias após a
semeadura. O poder germinativo varia entre 35 a 70%. A formação da muda é
muito lenta, mínimo de nove meses após a semeadura. Cuidados especiais: durante a fase de produção de mudas, a aplicação de
fertilizantes, bem como o sombreamento dos canteiros, é aconselhável. Propagação vegetativa: Ribas et al.
(1998) estabeleceram um protocolo regenerativo baseado na embriogênese
somática para a peroba-rosa, e Carvalho et al.
(1999) conduziram trabalhos com o objetivo de micropropagar e induzir calos
em explantes desta espécie. Conservação de Recursos Genéticos: Aspidosperma polyneuron é uma espécie que se encontra em extinção na região
Norte do Paraná (Souza & Moscheta, 1987) e em
Mato Grosso, onde está na categoria de espécie vulnerável (Fachim & Guarim, 1995),
necessitando com urgência de programa de conservação genética. Ela
encontra-se na lista das espécies para conservação ex-situ e in
situ, no Brasil (Siqueira & Nogueira, 1992)
e na Venezuela, onde é considerada muito ameaçada no Estado de Zulia (Finol Urdaneta & Melchior, 1970). Testes de origens
realizados no Estado de São Paulo mostraram variações de altura entre as
procedências e progênies testadas (Nogueira & Siqueira, 1976). Fonte: LORENZI, Harri.
Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas
Nativas do Brasil – Vol. 01, 2002, Peroba-Rosa – Aspidosperma
parvifolim, p.41.
|
||||