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MATE |
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Erva
Mate: Conceitos e Benefícios Deste Alimento na Saúde A palavra mate deriva do quíchua mati através o espanhol mate que designa a
Cuia, ou seja, o recipiente onde o chá era bebido ou sorvido por um canudo
(bomba). A primeira observação sobre o uso da erva-mate foi feita em 1554
pelo general paraguaio Irala e seus soldados, os
quais constataram que os índios do Guairá faziam uso generalizado de uma
bebida feita com folhas de erva-mate fragmentadas, tomadas num pequeno
recipiente, por meio de um canudo de taquara, em cuja base existia um
trançado de fibras impedindo a passagem de fragmentos de folhas. A erva-mate é o produto
constituído exclusivamente pelas folhas e ramos das variedades de Ilex paraguariensis, na forma inteira ou moída, obtida
através de tecnologia apropriada. É hoje tradicionalmente
empregada na medicina popular para diferentes funções na saúde, e por ser uma
planta de composição química complexa, além das atribuições que apresenta,
têm sido um alvo atual de novas descobertas, indicadas pelas pesquisas
científicas da área de nutrição. Atualmente, pesquisadores têm
trabalhado no sentido de esclarecer a composição química da erva mate e
alguns desses estudos têm procurado relacionar compostos específicos a
determinadas propriedades. Diversas evidências têm demonstrado que a erva
mate contém substâncias bioativas, as quais têm recebido especial atenção da
comunidade científica. Cafeína, ácidos fenólicos e flavonóides
são as principais substâncias encontradas nesse produto. Segundo evidências
atuais, os compostos fenólicos contribuem para os benefícios de saúde quando
associados com consumo de dietas rica em frutas e verduras ou bebidas
derivadas e plantas, como o chá e vinho. A atividade antioxidante
destes compostos é devida principalmente às suas propriedades de
óxido-redução, podendo assim absorver e neutralizar radicais livres. Outras evidências
atuais têm apontando que a bebida preparada com erva mate contém flavonóides encontrados nas folhas secas do Ilex paraguariensis. Em geral, os flavonóides
constituem 20 à 40% da composição da erva mate, são
solúveis em água, incolores, e são responsáveis pelo gosto adstringente do
mate. A quantidade presente é variável dependendo de condições climáticas
como solo, idade das folhas, tempo de temperatura de infusão, relação massa
de erva/ volume de água e ainda a presença de outras llex
que são adulterantes. A dieta do ser humano, de uma
maneira geral, possui vários alimentos contendo considerável quantidade de
taninos, tais como feijões secos, ervilhas, cereais, folhas, vegetais verdes,
café, chá, cidra e alguns tipos de vinhos. Em poucos exemplos, efeitos
nocivos em seres humanos parece ser o resultado do consumo muito excessivo de
fenóis de plantas. Apesar da ação negativa do tanino no valor nutritivo de
certos vegetais, em particular a redução de digestibilidade
de proteínas, a inibição da ação de enzimas digestivas e interferência na
absorção de ferro, os efeitos do tanino na saúde humana ainda são
questionáveis devido à limitação de estudos nesta área. É interessante
considerar que o tanino também apresenta uma forte ação antioxidante que provavelmente
poderá ser mais explorada em relação aos estudos na área de conservação de
alimentos e ação no organismo humano. Alguns dos
aminoácidos que podem aparecer na erva mate são ácido aspártico, ácido glutâmico, glicina,
alanina, triptofano, cistina, arginina, histidia, lisina, tirosina, valina, leucina, isoleucina,
treonina, metionina e asparagina.
A presença de ácidos graxos insaturados derivados dos fosfolipídios é
significativa na geração do aroma da erva mate. Os principais ácidos graxos
são os ácidos palmítico, oléico,
linoléico, esteárico, araquídico
e palmitoléico. E importante lembrar que os ácidos
graxos têm função energética e participam
fundamentalmente da síntese de lipoproteínas e de alguns hormônios, além de
alguns estarem associados à ação antioxidante. É importante ressaltar que a
bebida pronta preparada com erva mate contém traços de ácidos graxos, não
podendo ser considerada uma fonte deste nutriente. Entre as vitaminas
presentes na erva mate temos a vitamina C (ácido ascórbico), a vitamina B1
(tiamina), a vitamina B2 (riboflavina), o ácido nicotínico, a vitamina A, o ácido fólico e também derivados do ácido pantotênico.
Os teores vitamínicos dosados na infusão ficam reduzidos, na melhor da hipóteses, a cerca de 1/30, quando comparado com a erva
mate, que não é a porção comestível do produto. Assim, o consumo da erva mate
pode agregar importantes substâncias antioxidantes à alimentação humana, as
quais podem representar uma nova abordagem na inibição dos danos provocados
pelo excesso de radicais livres. Tendo em vista que os indícios científicos
se mostram favoráveis ao consumo deste alimento, e ainda por facilidade de
consumo em função da palatabilidade, versatilidade
e valor calórico, o consumo regular da erva mate pode ser estimulado como
parte de uma dieta saudável, e sua inclusão na alimentação deve ser
incentivado por profissionais da saúde.
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