A
Casca d’ Anta é uma árvore que recebe este nome porque conforme a lenda,
quando a Anta adoece, recorre a esta casca. A Pharmacopeia dos Estados Unidos
1ª edição (1926) cita a casca do caule como parte utilizada. A casca da Casca
d’ Anta é caracterizada em fragmentos enrolados ou curvos, de comprimento
variável. Às vezes a sua camada suberosa é conservada, apresentando cor
acinzentada com pequenas manchas pardas e outras vezes são desprovidos do
súber. Sua superfície externa é de cor pardo-ferruginosa escura. A superfície
interna é parda, fortemente estriada e algumas vezes escavada no sentido
longitudinal. A secção transversal apresenta súber cinzento, onde a presença
não é constante; um parênquima cortical de cor pardo-ferruginosa com largas
ilhotas esbranquiçadas e algumas finas pontoações pardas. O líber é bastante
desenvolvido e de cor parda mais escura, finamente estriado
e caracterizado pela presença de numerosas ilhotas esbranquiçadas e
alongadas na direção radial, além de apresentar o contorno bastante irregular
e ondeado. O sabor desta casca é ardente e acre e o cheiro aromático.
Nome Científico: Drimys winteri J.R.Forst. Sinonímia: Drimys aromatica
Descourt.; Drimys brasiliensis Miers.; Drimys
chilensis DC.; Drimys confertiflora Phil.; Drimys fernandeziana Steud.;
Drimys granatensis L.f.; Drimys ledifolia Herb. ex Eichl.; Drimys
magnoliaefolia Kunth ex Eichl.; Drimys mexicana Moç. et
Sessé ex DC.; Drimys montana Miers; Drimys paniculata Steud.; Drimys punctata
Lam.; Drimys retorta Miers; Wintera aromática Murr.; Wintera granadensis
J.F.Gmel.; Wintera granatensis Murr.
Nome Popular: Casca d’ Anta, Casca de Winter, Caataia, Canela Amarga,
Capororoca, Picante, Carne d’ Anta, Cataia, Melambo, Paratudo e Pau-Paratudo,
em português; Árbol de Agi, Canela de Magallanes, Canelo, Canelo de Paramo,
Chachaca, Chilillo, Muelo, Palo de Agi, Palo de Chile, Palo de Mambo, Palo
Picante, Quebra Muelas e Quinón, em espanhol; Canelle de Magellan, na França;
Winter’s Bark Tree, Pepper Bark, Winter’s Cinnamon, Wintera Aromatica e
Wintera, em inglês.
Denominação Homeopática: DRYMIS WINTERI.
Família Botânica: Winteraceae (Magnoliaceae – antigo).
Parte Utilizada: Casca.
Princípios Ativos: Óleo Essencial: eugenol, cariofileno, 1,8-cineol e
pinenos; Sesquiterpenos: drimenol, drimenina, confertifolina, poligodial,
isodrimenina, winterina, valdiviolideo, fuegina, futranolídeo,
criptomeridiol, 1-beta-p-cumaroiloxipoligodial (uma lactona sesquiterpênica
trimérica).
Indicações e Ações Farmacológicas: No Brasil a Casca d’ Anta é indicada como
diurético, estomáquico, antiespasmódico, nas dores de dente, antiescorbútico,
tônico, na anemia, nas fraquezas, nas dispepsias, na flatulência, na
disenteria e na gastrite. Em Homeopatia é indicada nas hemorragias uterinas.
Toxicidade/Contra-indicações: Não há referências nas
literaturas consultadas.
Dosagem e Modo de Usar: A Pharmacopeia dos Estados Unidos do Brasil 1ª edição
(1926) cita como emprego oficinal o Extrato Fluido de Casca d’ Anta e a
Tintura de Casca d’ Anta.
Coimbra (ver referências bibliográficas) cita as seguintes preparações:
• Infuso ou Decocto a 5%: de 50 a 250 cc por dia;
• Pó: de 2 a 12 gramas por dia;
• Extrato Fluido: de 2 a 12 cc por dia;
• Tintura: de 10 a 60 cc por dia.
Referências Bibliográficas:
• ALBINO, R. Pharmacopeia dos Estados Unidos do Brasil. 1ª edição. 1926.
• CAIRO, N. Guia de Medicina Homeopática. 21ª edição. Livraria Teixeira.
1983.
• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria Editora. 2000.
• PDR for Herbal Medicines. 1st editon. Medical Economics. 1998.
Site na Internet:
www.rain-tree.com/cascadeanta.htm
A possível nova droga contra a dor foi
retirada da planta casca-de-anta, nome científico Drimys brasiliensis, e
batizada como drimanial pela equipe de João Batista Calixto, da UFSC
(Universidade Federal de Santa Catarina). A droga foi testada em animais de
laboratório e foi verificado que ela interfere no caminho
bioquímico ligado ao glutamato, substância capaz de causar dor forte.
'Os laboratórios estão procurando analgésicos que não tenham efeitos
colaterais', disse Calixto. Outras substâncias capazes de afetar o glutamato
têm efeitos assim, pois o processo envolve uma cascata de reações, com
distintas ações no organismo.
Já o drimanial, por bloquear apenas uma outra
substância 'receptora', teria menos efeitos. 'É um produto novo, com uma ação
nova', diz ele. Mas o mais interessante da descoberta é o seu papel em
ilustrar o aproveitamento da biodiversidade: primeiro os cientistas fizeram
trabalhos básicos sobre como se transmite a dor, para depois rastrear a droga
que poderia agir no processo.
A Rauvolfia sellowii, também conhecida como casca-de-anta ou jasmim-grado, é
uma árvore que pode chegar a 25 metros, comum nos Estados de Minas e São
Paulo. Pertence à família Apocynaceae e encontra-se muito próxima a uma
espécie asiática, a Rauvolfia serpentina ou tronco-serpente, a fonte de
reserpina, um alcalóide usado no tratamento de desordens nervosas. Nativa do
Brazil, a árvore casca-de-anta produz em abundânica pequenas flores brancas
com centro amarelo. As folhas tem um gosto apimentado e é empregada em alguns
casos como condimento. O nome foi dado depois do Capitão Winter, que
descobriu suas propriedades curativas, durante a expedição de Sir Francis
Drake da Inglaterra, que a chamou "Winter's Bark". Na medicina
herbal brasileira a planta é usada em desordens estomacais e gástricas e
algumas vezes é empregada como substituta da quinina
no tratamento da malária e outros estados frebris.
Um
grupo de pesquisadores de São Paulo também atingiu resultados promissores com
a casca-de-anta, com estudos iniciados desde os anos 80 pela farmacêutica
Vanderlan da Silva Bolzani, do Instituto de Química da Universidade Estadual
Paulista (Unesp) em Araraquara, e pela química Maria
Cláudia Marx Young, pesquisadora do Instituto de Botânica, respectivamente
coordenadora e vice-coordenadora do projeto Conservação e Uso Sustentado da
Flora do Cerrado e Mata Atlântica. A farmacêutica Vanderlan Bolzani pesquisou
pelo projeto Biota, cerca de 300 tipos de plantas da mata Atlântica. O
projeto Biota, é um programa que há mais de um ano
faz o levantamento da flora local e é patrocinado pela Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Um dos resultados destas pesquisas foi os efeitos medicinais da Rauvolfia sellowii (mais
conhecida como casca-de-anta).
Fonte:
http://www.rain-tree.com/cascadeanta.htm
http://200.177.98.79/jcemail/Detalhe.jsp?id=3384&JCemail=2073&JCdata=2002-07-11
http://www.fapesp.br/ciencia515.htm
http://www.finext.cl/canelo_i.htm
http://www.terra.com.br/istoe/1608/medicina/1608esperancaverde.htm
acesso em julho de 2002
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