Na
Europa Medieval o Cardo Santo era considerado “santificado”, conhecido por
deter as pragas. Quanto ao seu nome botânico ¬Carduus = significa cardo,
designando plantas perenes, da família das Compostas, cujas sedas do papo não
são plumosas e benedictus = uma alusão aos monges beneditinos, os quais
faziam um conhecido licor com esta planta, a qual era muito cultivada nos
mosteiros.
É uma planta que mede entre 10 e 60 centímetros de altura, anual, de caule
ereto e piloso e ramificado. As folhas são verde-claras, espinhosas,
dentadas-lanceoladas e alternas. As ramificações do caule terminam em
capítulos solitários, constituídos por flores amarelas. O fruto é um aquênio
castanho com costas finas e encimadas por um curto papilho. A raiz é branca e
aprumada.
É oriundo da região mediterrânea, crescendo em campos abandonados e hortas,
tolerando a maioria dos solos.
Nome Científico: Carduus benedictus Auct. ex Steud.
Sinonímia: Carbenia benedicta Adams; Cnicus benedictus L.; Calcitrapa
benedicta Sweet; Calcitrapa lanuginosa Lam.;
Centaurea benedicta L.; Cnicus microcephalus Boiss.; Cnicus pseudo-benedictus
Hort. et Dorpat ex Asch.
Nome Popular: Cardo Santo, Cardo Bento e Cardo Bendito, em português;
Benedictendistel, na Alemanha; Cardo Santo, Cardo Bendito, Centáurea Bendita,
em espanhol; Chardon Bénit, Centaurée Benite, Centaurée Langineuse, na França;
Blessed Thistle, Carduus Plant, Cursed Thistle, Holy Thistle, Lovely Thistle,
Spotted Carduus, Spotted Thistle, Star Thistle, Thistle Root, em inglês.
Denominação Homeopática: CARDUUS BENEDICTUS.
Família Botânica: Asteraceae (Compositae).
Parte Utilizada: Caule, folha (parte mais rica em princípios ativos), flor e
fruto.
Princípios Ativos: Óleo Essencial (0,3%): constituído de hidrocarbonetos
triterpênicos e esteroidais; Princípios Amargos (0,25%): composto por
lactonas sesquiterpênicas do tipo germacranolídeo, como a cnicina (0,2-0,7%),
da qual deriva o germacreno, salonitenolídeos, artemisifolina e benedictina;
Taninos; Sais Minerais (10 a 20%); Fitosteróis: n-nonacosano, sitosterol e
estigmasterol; Flavonóides: apigenina, luteolina e kempferol; Inulina; traços
de Alcalóides (nos frutos); Ácido Nicotínico; Poliacetilenos.
Indicações e Ações Farmacológicas: O Cardo Bento é indicado no tratamento da
inapetência; dispepsias; diabetes de fraco espectro; afecções
genitourinárias, tais como: cisitite, uretrite, pielonefrite, oligúria e
urolitíase; hipertensão arterial; gôta; edemas e no sobrepeso. Externamente é
aplicada na cicatrização de feridas.
Na atualidade o Cardo Santo é muito empregado como tônico amargo, eupéptico e
como uma espécie antimicrobiana. Desta forma, o extrato aquoso da planta
inteira tem exibido em animais, propriedades bactericida frente ao Bacillus
subtilis, Brucella abortus, B. bronchoseptica, Escherichia coli, Proteus spp., Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Shigella
dysenteriae, Streptococcus fecalis e Vibrio comma. Esta atividade depende da
ação da cnicina, poliacetilenos e do óleo essencial (Vanhaelen Fastré R.,
1973).
Demonstrou-se que a cnicina exibe atividade antiinflamatória, in vivo, em
modelos experimentais de animais com edema plantar induzido por carragenina.
Esta atividade demonstrou ser comparável à indometacina (Schneider G. et al., 1987). Além disso, a cnicina também demonstrou
possuir atividade hipoglicemiante leve e atividade antitumoral, in vitro, nos
casos de leucemia linfóide. A planta inteira tem demonstrado atividade
antitumoral em modelos de sarcoma 180 em ratos (Vanhaelen Fastré R., 1972).
Os flavonóides juntamente com a inulina proporcionam uma ação diurética suave
enquanto os taninos exercem uma considerável ação adstringente, útil nos
casos de feridas e diarréias.
Toxicidade/Contra-indicações: A infusão do Cardo
Santo, administrado nas doses normais, não tem demonstrado efeitos adversos
ou tóxicos. Em altas doses, é emético e irritativo da mucosa digestiva
(Arteche García A., 1994). A DL50 para a cnicina foi calculada de 1,6-3,2
mmol/kg em ratas por via intraperitoneal (Schneider G. e lachner I., 1987). Reações alérgicas foram reportadas em algumas
pessoas, sendo devidas às lactonas sesquiterpênicas (Newall C. et al., 1996).
É contra-indicado o uso durante a gravidez, lactação
e para crianças.
Dosagem e Modo de Usar:
• Uso Interno:
- Infusão ou Decocção (10-15 g/l): Infundir durante dez minutos e tomar uma
xícara antes das refeições, como aperitivo ou depois das refeições como
eupéptico;
- Extrato Seco (5:1): 1-2 gramas diários;
- Extrato Fluido (1:1): 30 gotas, uma a três vezes ao dia;
- Tintura (1:10): 50 gotas, uma a três vezes ao dia.
• Uso Externo:
- Decocção (10-15%): Para a cicatrização de feridas.
Referências Bibliográficas:
• ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina. 1ª edição. Isis Ediciones. Buenos
Aires. 1998 ( o qual cita as referências mostradas
nos itens Indicações e Ações
Farmacológicas/ Toxicidade e Contra-indicações).
• PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª
edição. 1998.
• Segredos e Virtudes das Plantas Medicinais. Reader’s Digest do Brasil. 1ª
edição.
1999.
• VOLAK, J.; STODOLA, J. Plantas Medicinais, 1990.
• SOARES, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. 1ª edição. Santos
Livraria
Editora. 2000.
Pedido Fone 43 3325 5103
|