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Boldo do Chile
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ARTIGO: Boldo
do Chile Boldo do Chile (Peumus boldus) Esta é outra
planta que a população faz a maior confusão. Existe pelo menos 4 plantas que são chamadas indistintamente de boldo, o Plectranthus barbatus (o boldo
piloso que todos conhecem), a Vernonia condensata (também chamado de boldo japonês ou aluman na região nordeste do Brasil), o Plectranthus neochilus
(conhecido como boldo-rasteiro), e o Peumus boldus , o primeiro boldo, o verdadeiro boldo chileno.
Praticamente todas estas ervas são utilizadas para os mesmos fins, e por
apresentarem sabor e aroma bem parecido, a população acabou denominando todas
elas de boldo. Mas o nosso enfoque hoje será o boldo chileno, esta erva que é
conhecida em praticamente todo o mundo, estado inclusive em várias farmacopéias internacionais, como a da Alemanha, Chile,
Egito, França, Inglaterra, Itália, Republica Tcheca, România, Suíça e Brasil. O
Conselho Europeu colocou o boldo como sendo um suplemento alimentar (o que
ocorre com quase todas as plantas medicinais comercializadas na Europa). O
boldo é originário da região dos Andes do sul, principalmente nos Andes
chilenos. Planta arbustiva, podendo alcançar até 6 metros de altura, mas
sendo encontrada na maioria das vezes com 2 ou 3
metros. Suas folhas são coriáceas, de uma cor verde acinzentado, com presença
de glândulas ricas em óleo essencial de odor bem marcante, lembrando
levemente a cânfora. Esta planta gosta de solos pedregosos, com pouca
umidade, e com uma altitude em torno de 1.000 a 1.500 metros. Condições esta
encontradas em pouquíssimas regiões, sendo portanto,
restrito o seu cultivo a Itália, Marrocos e Chile. Só o Chile exporta
anualmente cerca de 1 milhão de toneladas. O boldo
já era utilizado pelas populações indígenas dos Andes Chilenos, sendo
denominada de peumo, e foi "descoberta"
pelo botânico espanhol D. Boldo, daí a origem do nome Peumus
boldus. Esta população empregava o boldo para dores
reumáticas e em casos de luxações. Já em 1869 o boldo era empregado na Europa
como estomáquico, hepatoprotetor, antisifilítico, antiedematoso e nos casos de otitis. Interessante observar o conteúdo de princípios
ativos do boldo. A sua riqueza química proporciona uma ampla aplicação
terapêutica. Um destes compostos interessantes é o ascaridol,
princípio ativo constituinte do seu óleo essencial que também está presente
na Erva de Santa Maria, e possui uma ação antielmintica.
Também possui ação levemente laxativa, devido a
presença de resinas. O boldo
é apresentado no mercado brasileiro na formula de extrato fluido, tinturas,
cápsulas e na forma de chá. Ocorreu um fato curioso a
pouco tempo atrás. Uma cliente comprou um chá de boldo em uma farmácia de
manipulação e ao preparar o seu chá verificou a presença de umas
"bolinhas" juntamente com as folhas. Imediatamente denunciou para a
vigilância sanitária como tendo encontrado fezes de rato no chá. Pura
ignorância deste consumidor. Deveria ter entrado em contado com os
proprietários para pedir satisfação sobre o ocorrido. Acontece que os frutos
do boldo são pequenos, meio ablongos, medindo cerca
de 6 a 8 mm de comprimento, de cor escura e que até pode parecer com fezes de
rato. Apesar do fruto não ser considerada a droga, e sim as folhas, a
presença deste frutinho é muito comum, e não traz nenhum inconveniente. Após
análise no Instituto Adolfo Lutz, ficou comprovado
que as tais "fezes de rato" eram apenas os frutinhos do boldo.
Ninguém é obrigado a saber tudo, mas antes de tomar uma atitude desta
envergadura, acho que no mínimo as pessoas deveriam se informar um pouco
mais.
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Pedido Fone 43 3325 5103